População deve estar atenta aos sintomas iniciais e procurar avaliação especializada antes que o quadro se agrave
Em maio, as atenções se voltam para a conscientização sobre os sintomas, o tratamento e a necessidade de acompanhamento especializado das Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs). A campanha Maio Roxo acende o alerta para as DIIs – principalmente a Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn – que podem impactar significativamente a qualidade de vida e o dia a dia dos pacientes. Um estudo publicado pela revista The Lancet Regional Health – Americas apontou que a prevalência dessas doenças no Brasil é de 100 casos por 100 mil habitantes, com maior concentração nas regiões Sul e Sudeste.
De acordo com a Dra. Ludmila Resende Guedes – endoscopista e gastroenterologista do Ambulatório de Doenças Inflamatórias Intestinais do Mais Saúde, da Rede Mater Dei, a informação é a principal forma de combater o avanço da doença e suas complicações: “as DIIs são autoimunes e podem surgir em qualquer fase da vida, embora sejam mais comuns entre adolescentes e adultos jovens, de 15 a 30 anos. Pessoas acima dos 60 anos também devem ficar atentas aos sinais. Apesar de ainda não haver cura, o tratamento adequado é fundamental para controlar os sintomas que podem ocorrer em ciclos de remissão e recaídas. Daí a importância do acompanhamento médico contínuo”, orienta.
A Retocolite Ulcerativa afeta exclusivamente o intestino grosso (cólon e o reto), enquanto a Doença de Crohn pode comprometer qualquer parte do trato digestivo, da boca ao ânus. Os sintomas dessas doenças inflamatórias intestinais são, muitas vezes, confundidos com outras condições, o que pode atrasar o diagnóstico e o início do tratamento. Entre os sinais mais comuns estão: diarreia por mais de quatro semanas com sangue, muco e pus; dor abdominal persistente; fadiga intensa; anemia; e perda de peso sem causa aparente. Todos devem ser avaliados por um especialista.
O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações. “Os tratamentos atuais são bastante eficazes no controle dos sintomas e na prevenção de crises, mas são complexos e devem ser conduzidos por especialistas. O plano terapêutico pode incluir imunossupressores e medicamentos biológicos. Em casos mais graves, a cirurgia pode ser necessária, especialmente diante de complicações como obstruções ou fístulas”, explica a médica.
Embora a causa exata das doenças inflamatórias intestinais ainda não seja totalmente compreendida, sabe-se que sua origem está relacionada a uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Pessoas com parentes de primeiro grau acometidos pelas DIIs apresentam maior predisposição ao desenvolvimento dessas condições. Entre os fatores ambientais, destacam-se hábitos de vida pouco saudáveis, como o tabagismo e uma alimentação pobre em fibras e rica em gorduras, alimentos ultraprocessados e aditivos como emulsificantes.
O intestino é frequentemente chamado de “segundo cérebro” devido à forte conexão com o sistema nervoso central — conhecida como eixo cérebro-intestino. Essa via bidirecional é mediada por substâncias como citocinas e neurotransmissores, permitindo que um influencie diretamente o funcionamento do outro. “Essa relação é percebida em situações comuns, como episódios de estresse que provocam diarreia ou constipação. No caso das DIIs, é importante destacar que não se trata de uma doença de origem psicológica, embora o estigma ainda exista. Estudos mostram que esses pacientes apresentam maiores índices de ansiedade e depressão em comparação com a população geral e que situações de estresse intenso podem atuar como gatilhos para a ativação da doença”, alerta a Dra. Ludmila.
Para mais informações sobre a campanha Maio Roxo, a Organização Brasileira de Doença de Crohn e Colite disponibiliza conteúdos educativos sobre os sinais, sintomas e opções de tratamento nos sites www.diibrasil.org.br e https://gediib.org.br/.
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