Por Fredi Jon
Há quem colecione moedas, discos de vinil ou propagandas da década de 80. Outros guardam ingressos de cinema amassados, brinquedos quebrados ou até aquele celular tijolão que hoje pesa mais que um tijolo de verdade. Não é só nostalgia: é sobrevivência afetiva. Esses objetos e memórias são como pequenas âncoras lançadas ao mar da vida, para que a gente não se perca de quem fomos.
Apegamo-nos ao passado porque, convenhamos, o presente anda meio apressado demais. Ele não tem paciência. Chega, toca a campainha, joga uma enxurrada de informações e já sai correndo antes que possamos perguntar: “Mas você veio pra ficar ou é só visita?”. No fim, sobra a sensação de que vivemos no “modo stories”: 24 horas e some. Nada contra a velocidade, mas quem consegue guardar no coração aquilo que evapora tão rápido?

Talvez por isso, propagandas antigas ainda emocionem mais do que os algoritmos de hoje. Um jingle dos anos 90 continua grudento até hoje, enquanto um vídeo viral mal dura o tempo de um gole de café. É como se o passado tivesse o dom de cozinhar a vida em fogo baixo, enquanto o presente insiste em usar micro-ondas.

E aí entra a música, e, de modo especial, a serenata. Porque a serenata não tem botão de “pular anúncio” nem versão acelerada em 1,5x. Ela acontece no tempo do coração. É música feita ao vivo, com erros, sorrisos nervosos e aquele frio na barriga que não cabe em streaming. É uma lembrança construída na hora, mas já com cheiro de eternidade.
Talvez seja isso que nos falte: criar presentes que mereçam ser lembrados. Afinal, a memória não se alimenta de pressa, mas de presença. E se hoje corremos o risco de viver um tempo sem eco, a serenata é um lembrete bem-humorado de que a vida pode, e deve, ser cantada ao pé da janela.
Porque, no fim das contas, não será o celular de última geração que nossos netos vão querer ver. Vai ser a história de quando alguém desafinou tentando cantar “Como é grande o meu amor por você” numa noite fria, e mesmo assim fez todo mundo chorar.
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