Combate ao HPV: dose única e vacinação nas escolas podem mudar o jogo

O Papilomavírus Humano (HPV), uma doença sexualmente transmissível e uma das principais causas do câncer no colo do útero, é um problema atual. De acordo com levantamento do Instituto Butantã, estima-se que existam cerca de 10 milhões de pessoas infectadas pelo vírus no Brasil, com o surgimento de aproximadamente 700 mil novos casos de infecção por ano. Uma das medidas para evitar a propagação da doença é a vacinação, que tem apresentando uma queda nas aplicações das duas doses necessárias. Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), em 2023, a cobertura no estado foi de 77,1% na primeira dose, caindo para 60,6% na segunda dose para as meninas, e de 53,2% na primeira dose e apenas 33,7% na segunda dose para os meninos.
 

Para aumentar a porcentagem de brasileiros vacinados, a Secretaria Estadual de Saúde adotou o esquema do Ministério da Saúde, que prevê uma vacina de dose única contra o vírus da HPV no Sistema Público de Saúde (SUS). A aplicação é destinada a crianças e adolescentes de 9 a 14 anos. Com o objetivo de garantir acesso à vacina, a deputada estadual Marina Helou (REDE-SP), elaborou o Projeto de Lei 134/2022 para que as doses fossem aplicadas nas escolas da rede estadual anualmente.
 

No entanto, o PL foi vetado em 2023 pelo governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, do Republicanos, que informou que já existiam políticas públicas em execução na área. “O programa de vacinação de HPV nas escolas que propusemos tinha o objetivo de facilitar o acesso desse público prioritário à vacina, contribuindo para elevar os níveis de cobertura ainda abaixo do desejado. Com esse veto, o governador perdeu a oportunidade de ampliar as políticas públicas de prevenção e combate ao HPV, e agora precisamos cobrar e acompanhar o que está sendo feito para intensificar a imunização”, comenta a deputada.
 

Com o intuito de entender como está sendo administrada a questão das imunizações, a deputada enviou um ofício ao Secretário Estadual de Saúde, Eleuses Paiva, a respeito da cobertura vacinal de crianças e jovens residentes no estado de São Paulo. Ela questiona como estão sendo coordenados os esforços para fortalecer campanhas de vacinação, especialmente na rede pública e privada de ensino. Marina também questiona a quantidade de vacinas contra o HPV aplicadas até o momento no público-alvo (meninas e meninos de 9 a 14 anos) nas escolas.
 

Dep. Estadual Marina Helou*
Marina Helou é deputada estadual em seu segundo mandato pela Rede Sustentabilidade. Tem como pautas prioritárias a infância, meio ambiente e desenvolvimento sustentável, segurança pública e direitos humanos, além da vida segura de mulheres e meninas. Entusiasta da política baseada no diálogo, Marina é paulistana, assumiu o seu primeiro mandato aos 31 anos e já é autora de sete leis no estado de São Paulo, entre elas a Política Estadual pela Primeira Infância, Lei Criança Primeiro, Política Estadual do Manejo do Fogo e coautora da política de distribuição gratuita de remédios à base de canabidiol. É mãe do Martin e da Lara, estudou na escola Waldorf Rudolf Steiner, formou-se em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV) e tem especialização em negócios e sustentabilidade pela Fundação Dom Cabral/Cambridge University. Trabalhou oito anos na Natura com foco no desenvolvimento humano, onde criou a área de diversidade da empresa. Fez parte da Bancada Ativista e do Movimento Acredito e co-fundou a organização Vote Nelas, em prol da participação de mais mulheres na política. É membro da RAPS e do Renova BR.

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